Espaço para difusão de informações sobre energia renovável em pequena escala e eficiência energética para uso doméstico.



9 de dezembro de 2010

Mercado de energia limpa em tendência de crescimento

Energia limpa pode atrair US$ 2,3 trilhões até 2020

Os investimentos no mercado global de energia limpa - solar, eólica e biomassa - podem chegar a US$ 2,3 trilhões até 2020, segundo levantamento da Pew Charitable Trusts, instituição sem fins lucrativos com sede na Pensilvânia, nos Estados Unidos. De acordo com o relatório, os investimentos podem crescer US$ 546 bilhões, além do US$ 1,7 trilhão previsto para o período, caso os países membros do G-20 avancem em suas políticas ambientais. Em 2009, o mercado de energia limpa atingiu US$ 162 bilhões, após crescer 230% desde 2005.

O relatório leva em conta projeções feitas com três cenários possíveis. No primeiro deles, os países do G-20 não mudariam suas políticas ambientais. No segundo cenário, as nações adotariam as medidas necessárias para alcançar as metas voluntárias divulgadas durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em Copenhague (COP-15), no ano passado. No terceiro cenário, o mais otimista, os países criariam políticas para ações de grande capacidade de redução dos gases causadores do efeito estufa.

Em todos os cenários, porém, a estimativa indica que a maioria dos investimentos seguirá para a Ásia, que substituiu a Europa na liderança desse mercado. Até 2020, China, Índia, Japão e Coreia do Sul contabilizarão aproximadamente 40% dos investimentos mundiais em projetos de energia limpa. Segundo as projeções, a China irá se manter na liderança no setor, atraindo sozinha investimentos na casa dos US$ 620 bilhões ao longo da década, fruto de iniciativas para expandir a matriz energética nacional e atender as demandas domésticas crescentes.

A Europa, que havia liderado o setor até agora graças a políticas de mitigação incentivadas pelo Protocolo de Kyoto, ainda pode crescer 20% além das previsões iniciais, caso adote políticas ambientais mais profundas.

O Brasil, no cenário mais otimista, pode dobrar a capacidade de atração de investimentos de US$ 4 bilhões para US$ 8 bilhões anuais até 2020. O relatório lembra que o País já tem uma matriz energética limpa, além de ostentar o posto de segundo maior mercado de biocombustíveis. Por outro lado, o relatório afirma que o Brasil "poderia ter mais sucesso" se o governo baixasse os impostos para projetos de infraestrutura e energias renováveis. Além disso, recomenda que o governo reduza os juros para que o crédito a projetos ambientais seja mais acessível por meio de outras instituições além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia+geral,energia-limpa-pode-atrair-us-23-trilhoes-ate-2020,46804,0.htm

8 de dezembro de 2010

Biocombustíveis secundários: será este o futuro dos biocombustíveis?

A energia limpa do futuro virá dos resíduos


Os biocombustíveis primários - milho, coco e cana de açúcar cultivados para produzir energia - perdem o fôlego diante de uma segunda geração, inspirada nos recicláveis. A Alemanha, primeira produtora mundial de biodiesel, estabeleceu um marco com a primeira refinaria que produz combustível a partir da madeira, e o Reino Unido abriu em janeiro um Centro de Bioenergia Sustentável que usa resíduos agrícolas, algas marinhas e micróbios alterados para obter energia.

Há dois problemas com os biocombustíveis primários: um é ambiental - a necessidade de substituir as matas por novas terras de cultivo, o que agrava a mudança climática -, o outro é econômico: eles alteram os preços e ameaçam o fornecimento de alimentos básicos como o açúcar, a soja e o milho à população.

No ano passado, a União Europeia revisou sua meta para 2020, que era de suprir 10% da demanda energética dos transportes com os biocombustíveis primários. Bruxelas mantém a meta de 10%, mas decidiu que a demanda pode ser substituída também por hidrogênio, painéis solares ou qualquer outra fonte renovável de energia. Ao contrário das expectativas de alguns anos atrás, e apesar do apoio de muitos governos, incluíndo o espanhol, o mercado mundial ainda continua acumulando excedentes de biocombustíveis primários. Há um excesso de oferta desses produtos, segundo o setor. A Repsol, por exemplo, acaba de interromper a construção de uma fábrica em Tarragona que produziria 150 mil toneladas anuais de biodiesel primário.

Ao mesmo tempo, entretanto, a primeira refinaria da segunda geração nasceu em Friburgo: a Indústrias Choren, que começam este ano a produzir 13.500 toneladas de biodiesel a partir de resíduos de madeira. A empresa usa uma técnica própria chamada Carbo-V, que primeiro transforma madeira em gás, e depois usa o gás para sintetizar o diesel.

Os resíduos lenhosos - palha, madeira e partes não comestíveis dos alimentos cultivados - são uma fonte potencial muito abundante para a produção de energia. Mas digerir a madeira se tornou um problema técnico extremamente difícil. Enquanto a Indústrias Choren explora seu método químico, os britânicos se lembraram de um velho pesadelo do seu
litoral: o gribble, uma espécie de cupim marinho.

O gribble de quatro pontos (Limnoria quadripunctata) é um pequeno crustáceo devorador de madeira. Ele é conhecido no norte da Europa há séculos por seus estragos na quilha dos barcos, e mais ainda na Inglaterra por ter comido o cais vitoriano de Swanage. Simon McQueen-Mason, da Universidade de York, identificou as enzimas (catalisadores biológicos) que digerem a madeira no estômago do crustáceo. "Temos encontrado enzimas para digerir a celulose nunca vistas", disse o cientista. "Falta ver se podemos adaptá-las a objetivos industriais".

McQueen-Mason coordena o programa de pesquisa sobre o gribble no novo Centro de Bioenergia Sustentável do Reino Unido. Com uma verba de 27 milhões de libras, o centro é o maior investimento britânico em biocombustíveis. Seus seis programas perseguem um objetivo muito definido: a produção industrial de bioetanol, a partir da palha.

Incluem o desenvolvimento de uma cevada modificada de uma forma que ainda não foi durante dez mil anos de agricultura: para que seja mais energética. Outros laboratórios trabalham com microorganismos que produzem o atual bioetanol primário a partir de cultivos. Querem criar variações adaptadas a usar palha em vez de grãos.

O pioneiro da genômica no setor privado, Craig Venter, tem planos mais ambiciosos para as bactérias. Ele criou sua nova empresa, Synthetic Genomics, em torno do conceito de vida sintética: um genoma bacteriano que poderá ser feito a partir do zero, acrescentando uma a uma as funções desejadas e combinando-as como quiser. Um dos grandes planos de Venter é usar esta vida sintética para produzir biocombustível. Ou, simplesmente, combustível.

Javier Sampedro - Em Madrid
Tradução: Eloise de Vylder

fonte:http://www.biodieselbr.com/noticias/em-foco/energia-limpa-futuro-residuos-23-03-09.htm

3 de dezembro de 2010

Veja dicas para economizar energia durante o verão

Nesta época do ano, população utiliza mais aparelhos de refrigeração para amenizar o calor; expectativa da Celpe é o consumo cresça 14% em comparação com julho passado

A elevação da temperatura e o aumento no consumo de energia elétrica estão intimamente relacionados. Os consumidores pernambucanos sentem na pele os efeitos do verão. A previsão da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) é de que o mês de dezembro apresente uma evolução de 14% na energia consumida em comparação com julho passado, mês de menor consumo de 2010.

A variação é justificada pela mudança de hábito da população, que para amenizar o calor utilizam mais aparelhos de refrigeração. Os próprios equipamentos como geladeiras e condicionadores de ar apresentam aumento de desempenho para compensar a alteração climática.

De acordo com a Celpe, cada um grau centígrado de elevação na temperatura ambiental implica em um aumento aproximado de 3% no consumo mensal de energia elétrica. O fim do ano ainda reserva outra fonte de gastos com eletricidade. Além do natural aumento em decorrência do clima mais quente, a tradicional iluminação natalina contribui com a elevação de quilowatts consumidos na maioria das residências e comércios.

COM OS EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
Para se precaver de surpresas ao conferir a conta de energia, saiba que os maiores responsáveis pela alta de consumo em uma residência durante o verão são os equipamentos que se referem à temperatura. Ar-condicionados, chuveiros, ferros elétricos, fornos e até refrigeradores mal vedados podem representar surpresas no fim do mês.

Os climatizadores e condicionadores de ar só devem ser ligados quando inevitável. A manutenção e limpeza constantes desses aparelhos, além de constituírem hábitos de higiene, contribuem para um funcionamento econômico.

COM A SUJEIRA
A sujeira acumulada dificulta a passagem do ar e força o equipamento. Isso provoca aumento do consumo de energia. A utilização do timer (temporizador) para evitar o funcionamento desnecessário do aparelho de ar condicionado ajuda na economia. Após refrigerado o ambiente, o usuário pode recorrer a ventiladores para evitar o calor.

COM A GELADEIRA
As geladeiras também podem se tornar vilãs. Quando em mau estado, elas chegam a representar 30% do consumo de uma residência. Uma dica de cuidado e economia é que freezer e geladeiras devem ser instalados em locais ventilados, longe de qualquer fonte de calor e com espaço mínimo de 15 centímetros de paredes e armários. Outra orientação é observar periodicamente a borracha de vedação que, uma vez ressecada, é causa de um dos maiores desperdícios de energia.

COM O CHUVEIRO
No caso do chuveiro, por exemplo, o recomendável é colocá-lo na posição verão. Quanto mais baixa a temperatura da água, menor o consumo de energia. Os fornos e os ferros elétricos somente devem ser usados quando necessário. É importante otimizar seus funcionamentos para aproveitar o calor, evitando desligar e reaquecer o equipamento com frequência.

COM O CHURRASCO
Em churrascos, a melhor opção é substituir os itens elétricos - churrasqueiras e grelhas - por modelos a carvão ou a gás. O uso de aparelhos de som em alto volume resulta em maior gasto de energia. Para obter uma iluminação eficiente, as lâmpadas incandescentes devem ser substituídas pelas fluorescentes. Além de iluminarem melhor, economizam cerca de 40% de energia elétrica e chegam a durar oito vezes mais que as comuns.

COM A DECORAÇÃO DE NATAL
Sobre iluminação natalina, uma dica especial para o fim de ano. Com a decoração de Natal e Réveillon, as luzes e os conhecidos “piscas-piscas” são utilizados na maioria das unidades consumidoras. Atenção para as instalações.

COM AS TOMADAS
Não se deve sobrecarregar tomadas com benjamins e “T”s a fim de ligar as lâmpadas de Natal na mesma conexão de televisores e aparelhos de som, por exemplo. No caso de decoração externa, é necessário dimensionar a rede para receber a demanda extra de energia. Um bom eletricista executa o trabalho com tranqüilidade. O cuidado e a economia de energia não devem ser desconsiderados nessa época.

NA HORA DA COMPRA
Por fim, mais uma dica: atenção no momento da aquisição de eletrodomésticos. É importante optar por produtos que apresentam o Selo Procel – que indicam os aparelhos mais eficientes e que consomem menos energia.

fonte: http://pe360graus.globo.com/noticias/cidades/energia/2010/12/02/NWS,525348,4,254,NOTICIAS,766-VEJA-DICAS-ECONOMIZAR-ENERGIA-DURANTE-VERAO.aspx

2 de dezembro de 2010

Energia limpa com dejetos de suínos


Um projeto piloto no Estado (de Santa Catarina). Os produtores rurais Nelson Pasqual e Maria Salete Pasqual, do município de Videira, na região Meio-Oeste, serão os primeiros catarinenses a vender energia elétrica produzida a partir da fermentação de dejetos de suínos.

Isso deve ocorrer a partir de janeiro de 2011. Por enquanto, toda a energia produzida é utilizada nas quatro granjas da família. A iniciativa está gerando uma economia e deve trazer lucros no futuro. Um contrato já foi assinado com as Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) para a comercialização do excedente, que poderá abastecer até 1,2 mil residências.

A venda pode garantir um ganho entre R$ 18 e R$ 25 mil mensais à família. Além disso, trará benefícios ao meio ambiente com a diminuição de emissão do gás metano na superfície.

Quesitos que devem compensar o investimento de mais de R$ 3,5 milhões. Os equipamentos comprados com este dinheiro também garantiram à Granja São Roque o posto de terceira do país a ter autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para comercialização deste tipo de energia.

Segundo Nelson, a energia é gerada a partir de dejetos de 47 mil suínos. Tudo vai para uma central de fermentação. O gás resultante desse processo, o metano, é canalizado para alimentar os geradores.

- Todo esse gás era eliminado na natureza e provocava a destruição da camada de ozônio. Agora, com a produção de energia, teremos um retorno imediato.

Mudança de destino dos dejetos que fará bem também para a Celesc, que incentiva a produção de energia limpa no Estado. O projeto está sendo usado como modelo pela empresa e deverá servir de base para outros produtores interessados.

O engenheiro eletricista da Celesc Geração, André Milanezi, explica que a empresa pretende lançar outros leilões para compra de energia limpa. Foi por um processo como esse que os quilowatts gerados na Granja São Roque poderão ser distribuídos para qualquer parte do país.

- Como a energia é de fontes alternativas, existem incentivos do Governo do Estado. A empresa que comprar essa produção, por exemplo, poderá ter subsídios – revela.

Só que, para chegar ao patamar que a Granja São Roque atingiu, foram necessários seis anos de estudos de viabilidade e de investimento. Todo o processo para produção da energia a partir dos dejetos de suínos começou a sair do papel em 2004. Neste período, foram realizados ajustes necessários à prática.

Para o bem

Para se ter uma ideia da importância do projeto, os dejetos de suínos do plantel catarinense, que é o maior do país, têm um potencial de poluição equivalente ao de 24 milhões de pessoas.

Pesquisas apontam que o principal problema ambiental é que os dejetos são muito ricos em fósforo, o principal nutriente das chamadas algas azuis, um tipo de floração que contamina e deteriora a água, e que pode causar sérios problemas à saúde de pessoas e de animais. Há, ainda, a questão do metano, que é o gás exalado pelo material orgânico e que provoca danos na atmosfera.


Fonte: Blog do Meio-Oeste

1 de dezembro de 2010

Brasil pode ter energia 93% renovável até 2050, diz relatório

Greenpeace e Conselho Europeu de Energia Renovável fizeram documento. Para órgãos, Brasil deve substituir termelétricas movidas a fontes fósseis

O Greenpeace e o Conselho Europeu de Energia Renovável (Erec, na sigla em inglês) afirmam em relatório que o Brasil tem condições de possuir uma matriz energética 93% renovável até 2050. Segundo o documento, atualmente a matriz elétrica nacional é 88% renovável, podendo subir 5 pontos percentuais nos próximos 40 anos caso fontes como energia eólica, biomassa e hidrelétrica sejam priorizadas.

O texto foi apresentado nesta terça-feira (30) durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 16), realizada em Cancún, no México. Para o responsáveis pelo relatório "[R]evolução Energética - A caminho do desenvolvimento limpo", é possível eliminar, em 40 anos, todas as termelétricas movidas a óleo diesel, carvão e material nuclear no Brasil, além de diminuir a participação das que operam com gás natural.

O Greenpeace também afirma que a matriz renovável poderia crescer sem alterar o PIB brasileiro e representando uma economia de R$ 1 trilhão entre 2010 e 2050, na comparação com o cenário de referência, com uso de fontes fósseis e baseado nos planos do governo para o período.

A emissão de dióxido de carbono também cairia na estimativa com fontes renováveis, chegando a 23 milhões de toneladas de CO2 em 2050. Na comparação com o cenário de referência, daqui a 40 anos, o mundo despejará 143 milhões de toneladas. A queda é apontada pelo documento como resultado da substituição das termelétricas por parques com usinas renováveis.

Entre os investimentos previstos e projetos aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o setor, 14 mil megawatts (MW) serão gerados a partir de fontes fósseis nos próximos anos, segundo o relatório.

Para o Greenpeace, o objetivo do uso de fontes renováveis é o de evitar o aumento de 2ºC na temperatura média mundial na comparação com os níveis antes da Revolução Industrial, no século 18.

fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/11/brasil-pode-ter-energia-93-renovavel-ate-2050-diz-relatorio.html

29 de novembro de 2010

O exemplo brasileiro



Etanol de celulose pode ser a base para produção sustentável de combustível, mostra carta publicada por Carlos Henrique de Brito Cruz e Lee Lynd na Science

É preciso ser otimista para encontrar o caminho que leva à produção sustentável de combustível. De acordo com esse ponto de vista, a pergunta importante é: "Que papel os biocombustíveis avançados do futuro poderiam desempenhar num mundo reconfigurado para fazer frente a desafios relativos à energia?". É o que defendem Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Lee Lynd, do Darthmouth College, nos Estados Unidos, em carta publicada na revista Science desta semana.

Para eles, mesmo com o avanço de outras fontes renováveis de energia, os combustíveis líquidos continuarão a ser imprescindíveis por muito tempo - talvez para sempre -, pelo menos para setores dos transportes como aviação e caminhões que viajam longas distâncias. O etanol de segunda geração, produzido a partir de celulose retirada de bagaço de cana, por exemplo, é o melhor candidato para suprir essa demanda crescente de combustível, como mostram a pesquisa e a experiência brasileiras. Brito Cruz e Lynd argumentam que fazer biocombustível a partir de celulose, e não de acúcares de fermentação mais fácil, é a melhor opção para ao memso tempo criar uma fonte sustentável de energia, reduzir as emissões de gases estufa, assegurar a segurança energética e promover o desenvolvimento econômico rural.

Visões mais pessimistas têm origem sobretudo no cenário menos favorável dos Estados Unidos, em termos econômicos e de produção agrícola. O Brasil tem deixado claro que é possível, com pesquisa e desenvolvimento tecnológico e agrícola, produzir etanol suficiente a partir de cana-de-açúcar para reduzir o uso de gasolina sem prejudicar a produção de alimentos. Experiências positivas como essa, os pesquisadores concluem, precisam ser levadas em conta pela comunidade internacional na busca por soluções energéticas.

Fonte: Pequisa FAPESP Online

22 de novembro de 2010

Um novo caminho para uma economia de baixo carbono


A solução para as alterações climáticas provocadas pelo homem depende da transição para a produção de electricidade

A solução para as alterações climáticas provocadas pelo homem depende da transição para a produção de electricidade que, ao contrário da queima de petróleo, de gás natural e carvão, emita pouco ou nenhum dióxido de carbono - o principal gás com efeito de estufa responsável pelo aquecimento global. A electricidade de baixo carbono pode ser produzida pela energia eólica, solar ou nuclear ou centrais eléctrica a carbono que capturem e armazenem as suas emissões de CO2.

O problema político é simples. O carvão é uma fonte de energia mais barata e de mais fácil utilização do que as energias alternativas. É barato porque é abundante. É mais fácil de usar do que a energia solar ou eólica porque pode produzir electricidade de forma ininterrupta e sem depender das condições meteorológicas.

Para salvar o planeta, precisamos de convencer os fornecedores de energia a adoptar fontes de energia de baixo carbono apesar dos preços baixos e da fácil utilização do carvão. Para alcançar este objectivo, a forma óbvia é taxar o carvão ou exigir às centrais eléctricas que tenham licenças para usar carvão. E definir um imposto ou um preço de licenças, alto o suficiente que leva a empresas a mudarem para energias alternativas baixas em carbono.

Se produzirmos electricidade a partir do carvão a um custo de 0,06 dólares por kilowatt-hora e a energia solar custar 0,16 dólares por kilowatt-hora, o imposto sobre a electricidade produzida a partir do carvão teria que ser de 0,10 dólares por kilowatt-hora. Nesse caso, os consumidores iriam pagar 0,16 dólares por kilowatt-hora, quer a electricidade fosse produzida a partir de carvão ou de energia solar. As "utilities" passariam assim a utilizar a energia solar. No entanto, neste caso, a alteração iria mais do que duplicar a conta de electricidade.

Os políticos opõem-se a este imposto. Temem um retrocesso político. Durante anos, esta postura evitou o progresso dos Estados Unidos no sentido de uma economia de baixo carbono. Ainda assim, diversos países europeus introduziram, de forma bem sucedida, a ideia de uma tarifa "feed-in" (mecanismo político usado para encorajar a adopção de fontes de energias renováveis) que forneça as bases de uma solução de longo prazo politicamente aceitável.

Uma tarifa "feed-in" subsidia as fontes de energia de baixo carbono em vez de taxar as fontes de energia de elevado carbono. No nosso exemplo, o governo pagaria um subsídio de 0,10 dólares por kilowatt-hora para a central de energia solar para compensar a diferença entre o preço do consumidor de 0,06 dólares e o custo de produção de 0,16 dólares. O preço do consumidor permanece inalterado mas o governo, de alguma forma, paga o subsídio.

Outra hipótese é impor um pequeno imposto às centrais eléctricas já existentes para pagar o subsídio à energia solar e aumentar, gradualmente, as contas de electricidade dos consumidores à medida que são criadas mais centrais solares. O preço cobrado aos consumidores subiria gradualmente dos 0,06 dólares por kilowatt-hora até ao custo total de 0,16 dólares por kilowatt hora. Isto ocorreria durante um período de, por exemplo, 40 anos (o período de vida útil da mais recente central de carbono).

Vamos assumir que em 2010 todo o sistema eléctrico se baseia no carvão e que o preço da electricidade paga pelos consumidores é de 0,06 dólares por kilowatt-hora. Em 2014, vamos supor que já alcançamos 10% da transição para a energia solar. O preço do consumidor sobe em 10% da diferença entre 0,06 e 0,16 dólares, sendo assim de 0,07 dólares por kilowatt-hora.
Em 2014, o imposto sobre o carvão é de 0,01 dólares por kilowatt-hora, exactamente o que é preciso para pagar o subsídio solar de 0,09 dólares por kilowatt hora. Os produtores de energia solar cobrem totalmente os seus custos de 0,16 dólares por kilowatt-hora, desde que vendam a energia aos consumidores a 0,07 dólares por kilowatt hora e recebam um subsídio de 0,09 dólares por kilowatt-hora. Um pequeno imposto sobre o carvão pode suportar um elevado subsídio à energia solar.

Vamos supor que em 2030 já completamos metade da transição para uma economia de baixo carbono. O preço que os consumidores pagam agora pela electricidade é de 0,11 dólares, exactamente a metade entre 0,06 dólares e 0,16 dólares. O imposto sobre o carvão subiu para 0,05 dólares por kilowatt-hora, exactamente o que é preciso para cobrir o subsídio solar de 0,05 dólares por kilowatt-hora. Mais uma vez, os produtores solares sobrem exactamente os seus custos, desde que o subsídio de 0,05 dólares por kilowatt-hora seja suficiente para eliminar a diferença entre o preço do consumidor (0,11 dólares por kilowatt-hora) e o custo do produtor (0,16 dólares por kilowatt-hora).

Vamos assumir, finalmente, que em 2050, toda a produção de electricidade completou a transição para fontes de energia de baixo carbono. O preço final do consumidor chega aos 0,16 dólares por kilowatt-hora, o suficiente para cobrir todos os custos da energia solar sem mais subsídios.

Esta abordagem permite que os preços da electricidade subam de forma gradual e define incentivos fortes e imediatos para adoptar a energia solar. Além disso, o orçamento governamental é equilibrado todos os anos, desde que o imposto sobre o carvão pague os subsídios à energia solar.

A transformação que vai ocorrer nos próximos anos terá uma grande vantagem face a este exemplo. Actualmente, as centrais de energia solar podem custar mais 0,10 dólares por kilowatt-hora do que as centrais a carvão mas essas centrais vão ser muito mais baratas no futuro devido aos avanços tecnológicos. Assim, a dimensão dos subsídios necessários dentro de uma década ou duas será muito menor do que é actualmente.

Os debates sobre a energia nos Estados Unidos, Austrália e em outros países têm-se centrado, até agora, na introdução de um complicado sistema de troca de direitos de emissões de carbono. Todos os utilizadores de combustíveis fósseis teriam que comprar licenças para emitir CO2 e essas licenças seriam transaccionadas em mercados específicos. O preço de mercados das licenças seria equivalente a pagar um imposto sobre as emissões de CO2.

Infelizmente, os sistemas de troca de direitos de emissões de carbono são difíceis de gerir e não dão sinais claros sobre os preços futuros das licenças. A Europa já adoptou um sistema destes mas outras parte do mundo têm rejeitado, repetidamente, a sua introdução. De facto, os maiores sucessos da Europa na promoção de energias de baixo carbono foram conseguidos através das tarifas "feed-in" e, em alguns países, através de impostos ao carbono, e não através do sistema de troca de licenças.

Chegou a hora dos Estados Unidos, da China, da Índia e de outras grandes economias definirem como vão realizar a transição para uma economia de baixo carbono. Um pequeno e gradual imposto sobre o carvão para financiar um sistema de tarifa "feed-in" ganharia o apoio político nos Estados Unidos. Este sistema poderia ajudar a criar um consenso entre as principais economias do mundo, como a China e a Índia.

Existem soluções eficazes de longo prazo para as alterações climáticas provocadas pelo homem que politicamente aceitáveis e possíveis de implementar. Chegou a hora de as implementar.


Jeffrey D. Sachs é professor de Economia e director do Instituto da Terra na Universidade de Columbia. Sachs é também conselheiro especial do Secretário-Geral das Nações Unidas nos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

Fonte:

Lançado em Porto Alegre o primeiro veículo elétrico fabricado no Brasil

O primeiro veículo individual elétrico fabricado no Brasil foi apresentado oficialmente nesta quinta-feira (18) no Museu de Ciências e Tecnologia da PUC-RS, em Porto Alegre. O modelo Speedy, desenvolvido pela Joape, é uma opção de transporte alternativo e ecologicamente correto. O carrinho elimina a emissão de poluentes, pois o deslocamento é feito com energia armazenada em baterias recarregáveis.

Crianças e adultos puderam experimentar os modelos do carrinho expostos durante a apresentação. A ideia é que o veículo seja usado por guias e seguranças do museu para a locomoção em rampas de acesso de diferentes níveis. No mercado em geral, ele pode ser usado de diversas formas como patrulhamento em áreas de grande extensão, carregamento de cargas através de um reboque acoplado e outros.

A velocidade máxima do equipamento é de 20 km/h, usa carga aproximada de 24 volts, possui transmissão silenciosa e freio a disco. Segundo o coordenador do Museu de Ciências e Tecnologia da PUC, Luis Marcos Scolari, a equipe se sentiu confortável em lançar o produto no local, pois é exatamente uma junção de ciência com tecnologia.

- Esse é o presente, a sociedade já está exigindo esse tipo de atitude. Já são necessários produtos que utilizem essa forma de energia limpa e consciente - diz.

O carrinho pode percorrer pequenas distâncias, assim como auxilia o trabalho no interior das fábricas e comércio. Possui baterias seladas, potência de 500 watts e travamento eletrônico por chave ou cartão. Usado junto com um reboque que proporciona o carregamento de cargas pesadas e menos volumosas. O veículo já esteve exposto em importantes feiras do Estado, como Construsul e ExpoAcabamento, em Porto Alegre, e Mercopar, em Caxias do Sul. Atualmente, o equipamento já está sendo usado em hospitais, comércios e indústrias.
Fonte:http://www.crossbrasil.com.br/201011209643/Diversos-On-Road/lancado-em-porto-alegre-o-primeiro-veiculo-eletrico-fabricado-no-brasil.html

19 de novembro de 2010

Edifícios residenciais terão selo de eficiência energética

A criação de uma cultura no Brasil que privilegie a eficiência energética nas residencias é o objetivo que o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) pretende alcançar no médio e longo prazos, a partir de regras para etiquetagem dessas construções.

A informação foi dada nesta quarta-feira (3) à Agência Brasil pelo coordenador do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), Marcos Borges. Até o dia 13, o Inmetro lançará em consulta pública os Requisitos de Avaliação da Conformidade (RAC) em edificações residenciais. Esse tipo de construção responde por 22,1% de toda a energia consumida no país, de acordo com o Ministério de Minas e Energia.

Borges explicou que o programa de etiquetagem de prédios comerciais, públicos e de serviços foi criado há pouco mais de um ano e já envolve cerca de 30 edifícios, dos quais 14 apresentam projetos etiquetados. “Agora, nós queremos ampliar essa filosofia de etiquetagem para o âmbito residencial”.

O resultado almejado, acrescentou, é influenciar o mercado imobiliário. Um comprador, ao pesquisar as qualidades de um imóvel, poderá levar em consideração o consumo eficiente de energia.

Além de valorizar economicamente o imóvel, Borges acrescentou que o programa do Inmetro vai “colocar o Brasil no rol dos países que se preocupam com a eficiência energética nas edificações. Isso é importante porque metade da energia gasta no país é para manter as nossas edificações públicas, comerciais, residenciais e de serviços iluminadas e refrigeradas”. Segundo ele, o programa alinhará o Brasil aos principais países da Europa, além de Estados Unidos e Austrália, que já adotam esse procedimento há muitos anos.

A partir do selo de eficiência energética, o coordenador do PBE estimou que a economia de energia nos edifícios que adotarem produtos etiquetados pode variar entre 30% e 50%.

O selo de eficiência energética vai beneficiar também o construtor, na medida em que facilitará o acesso a financiamentos públicos e privados. Borges citou o Programa Procopa Turismo, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), voltado à construção de hotéis para a Copa do Mundo de 2014. O Procopa Turismo oferece melhores condições de crédito e prazo de pagamento para projetos classificados com a etiqueta de nível A, que corresponde ao menor consumo de energia.

Nos edifícios comerciais, Borges estimou que o custo da avaliação de eficiência energética de um projeto varia de R$ 15 mil a R$ 20 mil. Para edificações residenciais, ainda não há um padrão definido. A etiquetagem poderá ser feita, inclusive, em prédios já existentes. Nessa condição, porém, dificilmente seria concedida etiqueta de nível A, porque os edifícios não foram projetados com esse objetivo. “Mas, nada impede que [o edifício] faça melhorias do ponto de vista do isolamento, por exemplo, para subir na classificação”.

O regulamento final do Inmetro sobre a questão será publicado até dezembro. As construtoras já poderão, a partir daí, elaborar projetos e fazer adequações de acordo com o regulamento.

No começo, a etiquetagem será voluntária. Marcos Borges esclareceu, contudo, que alguns dos 30 programas do PBE começaram como voluntários e terminaram obrigatórios, em função da demanda da própria sociedade. “Se a sociedade entender que esse programa deve ser compulsório no futuro, ele será compulsório”, afirmou.

fonte: http://www.dci.com.br/noticia.asp?id_editoria=9&id_noticia=348886

Uso sustentável de energia reduziria gastos em R$ 85 bilhões



Com a adoção de projetos e equipamentos de conservação de energia, a indústria brasileira pode economizar R$ 85 bilhões em 20 anos. A estimativa consta de estudo divulgado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).


Segundo o estudo, em 20 anos, haverá economia acumulada de 9,2 milhões de TEP (Toneladas Equivalente de Petróleo) - unidade que possibilita somar várias fontes de energia, como elétrica e gás natural. Com a queda no consumo de energia, o País deixará de emitir 239 milhões de toneladas de carbono.


Para chegar ao resultado, o estudo considerou que a redução no consumo será obtido se a indústria do País utilizasse hoje tecnologia já disponível de conservação de energia, o que levará ao setor a economizar 6,4% do que será consumido em 20 anos. Se a indústria operasse em condições ideais, ou seja, usando a tecnologia de ponta disponível na conservação de energia, com acesso a crédito facilitado, pessoal qualificado e oferta adequada das fontes energéticas, a economia chegaria a 25,5%.


As estimativas dos benefícios da redução se baseiam na premissa de que a economia brasileira crescerá em média 4,5% ao ano até 2030, e de que os preços das fontes de energia serão corrigidos de acordo com as previsões do governo

15 de novembro de 2010

Arquiteto diz que energia solar pode ser financiada por emissões


Norbert Lechner é professor da Faculdade de Arquitetura, Design e Construção da Universidade de Auburn, nos EUA, e autor do livro "Heating, Cooling, Lighting: Sustainable Design Methods for Architects", uma bíblia da arquitetura sustentável. Ele veio ao Brasil para o 3º Simpósio Brasileiro da Construção Sustentável, que termina nesta terça-feira em São Paulo, e falou ao Estadão.

Estadão - Em seu livro Heating, Cooling and Lightening, você afirma que as construções são responsáveis por 48% de toda a energia consumida no mundo (40% para a manutenção dos prédios e 8% para a construção propriamente dita). Você acredita que o setor da construção civil terá incentivos para mudar esse cenário nos próximos anos mesmo que os líderes reunidos em Cancún não decidam por um acordo legalmente vinculante sobre emissões?

Lechner – A popularidade do sistema LEED (sistema de certificação) nos EUA indica um interesse crescente pelas construções sustentáveis. Muitos, senão a maioria, dos atores do setor de construção estão interessados no que chamamos “green building” nem tanto por questões ideológicas, mas porque querem estar preparados para ganhar dinheiro com aquilo que acreditam ser o futuro do setor. Com base nos resultados de negociações internacionais passadas sobre aquecimento global, eu não espero que acordos internacionais sejam a resposta para o problema. Acho que cada país tem de estipular uma taxa sobre o carbono. Quando alguns países-chave adotarem uma taxa, os outros os seguirão.

Estadão – A casa “zero em energia” (zero energy) é um projeto realmente possível? Temos as ferramentas para construir casas que consumam quase nada de energia?

Lechner – Do ponto de vista técnico, ela é possível, sim, tanto que já existem projetos. As construções zero em energia são baseadas em duas estratégias: eficiência energética e uso de energia renovável. Normalmente, o consumo de energia é reduzido em 80% por medidas de eficiência energética e os 20% que sobram podem ser produzidos por células fotovoltaicas, ou seja, energia solar. E esta pode se tornar economicamente viável se taxarmos o carbono.

Estadão – Do ponto de vista arquitetônico, é mais difícil criar um projeto sustentável em cimas tropicais ou em cimas temperados?

Lechner - Os climas temperados são muito complicados porque raramente são realmente temperados. São quentes no verão e muito frios no inverno. Portanto, as construções têm de ser desenhadas para atender a demandas opostas: aquecer no inverno e resfriar no verão. Isso inclui, por exemplo, dominar mecanismos de sombreamento a ponto de deixar o sol do inverno passar para o ambiente, mas não o sol do verão. Quanto aos climas tropicais, há dois tipos: quentes e secos e quentes e úmidos. Os primeiro são mais fáceis, porque neles as técnicas de resfriamento econômicas em energia funcionam muito bem. Nos climas quentes e úmidos, isso não acontece. Portanto, em locais de clima equatorial as construções têm de ser desenhadas para minimizar o uso de ar condicionado.

Fonte: Karina Ninni - estadao.com.br

Energia: Comissão apresenta nova estratégia para 2020

A Comissão apresentou ontem a sua nova estratégia para uma energia competitiva, sustentável e segura. A Comunicação «Energia 2020» define as prioridades em termos de energia para os próximos dez anos e as acções a empreender perante os desafios decorrentes da necessidade de poupar energia, conseguir um mercado com preços competitivos e aprovisionamento seguro, impulsionar a liderança tecnológica e negociar eficazmente com os nossos parceiros internacionais.

O Comissário responsável pela pasta da Energia, Günther Oettinger, declarou: «O desafio da energia é um dos maiores testes para todos nós. Lançar o nosso sistema energético numa nova senda, mais sustentável e segura, poderá demorar tempo, mas impõe-se que tomemos decisões ambiciosas desde já. Para termos uma economia eficiente, competitiva e hipocarbónica, devemos europeizar a nossa política de energia e concentrar-nos em algumas prioridades, poucas, porém urgentes.»

Na comunicação hoje adoptada, a Comissão identifica cinco prioridades principais, com base nas quais e na acção apresentada avançará com iniciativas e propostas legislativas concretas nos próximos 18 meses. Esta comunicação define também a agenda para a discussão entre os Chefes de Estado e de Governo na primeira Cimeira da UE sobre Energia, a 4 de Fevereiro de 2011.

Poupança de energia

A Comissão propõe-se centrar as suas iniciativas nos dois sectores com maior potencial de poupança de energia: transportes e edifícios. Para ajudar os proprietários e as entidades locais a financiarem medidas de restauração de imóveis e de poupança de energia, a Comissão vai propor incentivos ao investimento e instrumentos financeiros inovadores, até meados de 2011. O sector público deve ter em consideração a eficiência energética aquando da adjudicação de obras e da aquisição de serviços ou produtos. No sector da indústria, os certificados de eficiência energética poderão ser um incentivo para as empresas investirem em tecnologia menos consumidora de energia.

Mercado integrado pan-europeu de energia com infra-estruturas

A Comissão estabelece uma data-limite para a conclusão do mercado interno da energia. Em 2015, nenhum Estado-Membro deverá estar isolado. Ao longo dos próximos dez anos, é necessário investir um total de 1 bilião de euros na infra-estrutura energética da União Europeia. Para acelerar projectos estratégicos essenciais da UE, a Comissão propõe licenças de construção simplificadas e mais curtas, estabelecendo prazos máximos até à autorização final e ao financiamento por parte da União. Os pedidos relativos às licenças necessárias para a execução de um projecto devem ser coordenados por um «balcão único».

27 Estados, uma só voz no mundo para a energia

Propõe-se que a UE coordene a sua política de energia em relação a países terceiros, especialmente nos seus contactos com parceiros fundamentais. No âmbito da política de vizinhança, a Comissão propõe que o Tratado da Comunidade da Energia seja alargado e aprofundado para integrar países que desejem participar no mercado da energia da UE. É também anunciada uma grande cooperação com África, visando proporcionar energia sustentável a todos os cidadãos deste continente.

Liderança europeia em tecnologia e inovação energéticas

Vão ser lançados quatro grandes projectos em áreas-chave para a competitividade da Europa, como as novas tecnologias para redes inteligentes e armazenamento de electricidade, a investigação sobre biocombustíveis de segunda geração e a parceria «cidades inteligentes» para promover a poupança de energia nas zonas urbanas.

Energia segura, sem riscos e a bom preço, através de consumidores activos

A Comissão propõe novas medidas em matéria de comparação de preços, mudança de fornecedor e facturação clara e transparente.

Antecedentes:

Os objectivos da UE em matéria de energia foram incorporados na «Estratégia Europa 2020 para um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo», adoptada pelo Conselho Europeu em Junho de 2010. A UE visa, nomeadamente, objectivos ambiciosos nos domínios da energia e das alterações climáticas para 2020: reduzir em 20% as emissões de gases com efeito de estufa, aumentar para 20% a parte das energias renováveis e conseguir um melhoramento de 20% na eficiência energética.

11.11.2010

Fonte: europa.eu