Espaço para difusão de informações sobre energia renovável em pequena escala e eficiência energética para uso doméstico.



29 de junho de 2010

Pesquisadores descobrem fonte de energia elétrica em lama do fundo do mar

Pesquisadores do sul do país encontraram uma forma de gerar energia elétrica a partir de uma fonte inesperada: a lama que se deposita no fundo do mar. Cerca de três mil navios circulam por ano no Porto do Rio Grande. Para garantir esse movimento, embarcações cavam buracos debaixo d’água e sugam a areia para aumentar a profundidade do canal.

Esse trabalho tem que ser feito todos os anos. Ao todo, são retirados um milhão e meio de metros cúbicos de material. Todo o lodo é jogado fora. Um desperdício que os cientistas da Universidade Federal do Rio Grande querem acabar.

“Vimos o potencial dessa lama como substrato, como matéria-prima pra gerar energia elétrica”, explica a pesquisadora da FURG, Christiane Ogrodowski.

A lama contém altas concentrações de uma bactéria conhecida como micróbio elétrico. Ela se alimenta de restos de peixes, algas e vegetais que estão na lama. No final da refeição, produz energia elétrica, liberada no meio-ambiente em forma de pequenas partículas chamadas de elétrons.

Os pesquisadores montaram uma pequena usina no laboratório. Placas de grafite captam a energia liberada pelas bactérias, que segue por fios até uma bateria – 0,25 volts, o suficiente para carregar um celular. “Posterior a essa etapa, vai se propor o tamanho que seria de uma usina de tamanho industrial, que aí sim utilizaria a energia a partir dessa usina para abastecer uma cidade em torno de 500 mil habitantes”, detalha Christiane.

A maior vantagem é a economia, dizem os pesquisadores. O custo dessas usinas é menor do que o das hidrelétricas. E a matéria prima viria das obras de dragagem do porto. Uma fonte de energia limpa no meio da lama do fundo do mar.

“Essa possibilidade de usar o sedimento para a geração de energia num mundo onde a energia é o bem mais precioso é simplesmente fantástica”, avalia o biólogo Celso Corradi.

Fonte: Jornal Nacional (04/06/2010)

Nenhum comentário:

Postar um comentário