Espaço para difusão de informações sobre energia renovável em pequena escala e eficiência energética para uso doméstico.



29 de setembro de 2010

Portugal de vento em popa

Em apenas cinco anos, o país virou referência na geração de energia renovável, tornou-se exportador de eletricidade e agora corre para inaugurar a primeira rede nacional de postos para carros elétricos

Sem desempenho econômico para se jactar e, acima de tudo, distante de qualquer pioneirismo em setores estratégicos, Portugal passou anos preso às glórias do passado, quando seus navios a vela singraram os sete mares e inauguraram a versão renascentista da globalização. Durante décadas, os portugueses se comportaram como se fossem todos viúvos de um momento excepcional que ocorreu em seu passado distante. Aos poucos, porém, o século 21 começa a se fazer presente em nossa antiga metrópole. Já totalmente integrado à União Europeia, Portugal agora olha para a frente com otimismo e quer voltar a ser admirado internacionalmente por sua inovação - mais uma vez, empurrado pelo vento. Nos últimos cinco anos, a participação das fontes de energia renováveis no consumo de eletricidade passou de 16% do total para 39% - e a principal responsável pela mudança foi justamente a exploração da energia eólica. Portugal hoje é o quarto país mais verde da União Europeia, atrás somente de Áustria, Suécia e Letônia.

Incentivos verdes

A virada começou depois de duas constatações do governo português. O país corria riscos porque dependia da importação de eletricidade da Espanha, que, numa eventual crise energética, poderia ser forçada a suspender o fornecimento. Da parte produzida internamente, um bom pedaço referia-se às termelétricas, consideradas poluentes demais em tempos de aquecimento global. Na primeira metade da década, o governo começou a fazer licitações para empresas privadas interessadas em construir e operar usinas eólicas e hidrelétricas. Para atrair essas companhias, ofereceu contratos com preços fixos por 15 anos. A EDP, a gigante portuguesa do setor elétrico, foi uma das mais ativas. Entre 2005 e 2007, ela quadruplicou sua capacidade instalada de geração de energia renovável e, com a soma de suas operações no exterior, tornou-se a terceira maior do mundo na produção de energia eólica. "A iniciativa de companhias locais, como a EDP, e a chegada das multinacionais permitiram o surgimento de um polo de inovação", afirma Luís Fernandes, membro da direção da Rede Nacional das Agências de Energia de Portugal, responsável pelo desenvolvimento de novos projetos do governo no setor.

A empresa escocesa Pelamis Wave Power já está explorando a geração de energia a partir da força das ondas do mar. A espanhola Unión Fenosa e a universidade americana MIT estão entre as que desenvolvem tecnologia para a criação de uma rede de computadores voltados ao gerenciamento de energia nas cidades. Por último, mas não menos relevante, a Siemens e um grupo de companhias estrangeiras e locais estão trabalhando para criar o que poderá ser a primeira rede nacional de abastecimento de carros elétricos do mundo. A meta é inaugurar 300 postos até o final deste ano e mais 1 000 em 2011.

"Hoje exportamos know-how e equipamentos ligados ao polo de energia renovável e nos tornamos um ator importante no cenário internacional", diz André Magrinho, vice-presidente da Associação Industrial Portuguesa, o maior sindicato patronal do país. Ao optar por uma matriz renovável, o país acabou com sua vulnerabilidade externa e, no ano passado, pela primeira vez exportou eletricidade para a Espanha.

Uma das experiências mais inovadoras em operação em Portugal é a chamada "microgeração de energia". Trata-se de uma rede de quase 6 000 pessoas, donas de painéis solares, que vendem os excedentes a um preço três vezes maior do que pagam na fatura de energia elétrica. O investimento para adquirir a tecnologia necessária, de cerca de 20 000 euros, paga-se em cerca de seis anos. Depois disso, tudo o que entrar é lucro. "É um negócio ainda embrionário, mas pode ser o primeiro passo de um modelo que deve se tornar padrão em outras partes do mundo", afirma o professor Guilherme Carrilho da Graça, especialista em energia da Universidade de Lisboa. O maior problema desse programa até agora é o interesse da população. A procura é tanta que o governo não consegue cadastrar todos os pedidos no sistema. Fazia tempo, muito tempo, que os portugueses não se mostravam tão animados com o futuro.


Fonte: http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0976/negocios-globais/portugal-vento-popa-598937.html?page=2

28 de setembro de 2010

Aquecimento de água residencial - Economia na conta e geração de energia limpa

A revista exame publicou na edição passada uma iniciativa que qualquer pessoa pode fazer em casa, viável economicamente, para aquecimento de água e consequente redução do consumo de energia, através de um sistema de placas solares. O mais interessante: o modelo é economicamente viável, ou seja, gera economia também no bolso. Vale a pena ler a reportagem que segue abaixo.



Uma casa mais verde

Aquecedores de água que aproveitam a energia do sol ganham cada vez mais espaço nas residências


Há um ano, O empresário Danilo Mazuca instalou um sistema de aquecimento de água por energia solar na casa que construiu em um condomínio fechado de Florianópolis, onde mora com a mulher, a psicóloga Karina, e os três filhos. Gastou 6 000 reais com o equipamento, que inclui um sofisticado controle digital de temperatura, e desde então tem economizado cerca de 100 reais por mês na conta de energia elétrica. A perspectiva, portanto, é que o retorno do investimento se dê em aproximadamente cinco anos. Considerando uma vida útil de 20 anos para o equipamento, é um ótimo negócio. Mazuca também incluiu em seu projeto um sistema de coleta de água da chuva. "Mas o lado financeiro nem é o aspecto mais importante. Queríamos que a casa contribuísse para a preservação do meio ambiente e que nossos filhos tivessem consciência da importância disso", diz Mazuca.

Economia

O aquecimento da água é a única aplicação da energia solar que já se tornou economicamente viável no Brasil. Especialistas dizem que na maior parte dos casos o retorno se dá em um período entre três e seis anos, dependendo da combinação de fatores como o custo e a eficiência do equipamento escolhido, o número de integrantes da família e a duração média dos banhos. A substituição do chuveiro elétrico significa abrir mão do segundo maior vilão do consumo de energia nas residências do país - ele só fica atrás da geladeira. O alto consumo dos chuveiros ocorre especialmente nas regiões Sudeste e Sul, onde as temperaturas mais baixas ao longo de boa parte do ano fazem com que o banho aquecido pela eletricidade seja responsável por até 40% do valor das contas de energia elétrica. Em decorrência disso, é nessas regiões que a instalação de um sistema residencial de aquecimento de água por energia solar proporciona o retorno mais rápido. "O estado de São Paulo representa 65% do mercado atual no país, pois o investimento inicial exige certo poder aquisitivo", diz Luís Antônio Ferrari Mazzon, fundador e diretor-presidente da Soletrol, de São Manuel, no interior de São Paulo. A empresa é a maior fabricante brasileira de equipamentos para aquecimento de água por energia solar e vende cerca de 200 000 metros quadrados de coletores por ano.

Os sistemas de energia solar não substituem completamente o uso de eletricidade. O aquecimento é obtido por um sistema térmico. Em dias nublados ou durante um período de uso acima do normal, pode ser necessário acionar a complementação por energia elétrica ou gás para manter a temperatura e preservar o conforto do banho. Já o abastecimento dos demais aparelhos de uma residência dependeria de um sistema fotovoltaico, que converte a energia solar em energia elétrica, tecnologia que permanece cara no Brasil. O custo para manter uma casa exclusivamente com energia solar seria tão desvantajoso que essa alternativa nem sequer está disponível no mercado comercial. Hoje, há apenas opções que geram energia suficiente para operar equipamentos de baixo consumo, como lâmpadas e cercas elétricas. "Muitos países europeus dão grandes incentivos fiscais para quem adota a energia solar, mas esse apelo ainda não é suficientemente forte para os governos daqui", diz o professor Luiz Guilherme Meira de Souza, do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, um dos polos de pesquisa mais importantes do país nessa área.

Os movimentos de incentivo no Brasil são tímidos, como a promessa de obrigatoriedade do Procel Edifica, certificação para prédios comerciais que exige um nível mínimo de eficiência energética, a exemplo do que já ocorre com as geladeiras. A expectativa é que essa certificação venha a ocorrer dentro de alguns anos com projetos residenciais. Mas, mesmo sem a obrigatoriedade, quem já desfruta de água aquecida por energia solar garante que há um ganho adicional na escolha. "O banho fica mais gostoso. Talvez seja porque a nossa consciência fica mais limpa", diz Mazuca.


fonte: http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0975/consumo/casa-mais-verde-595065.html?page=2

24 de setembro de 2010

Dejetos de cães servem de energia para alimentar postes de parque nos EUA


Iluminação é conseguida por meio do gás metano proveniente das fezes
Imagine se as fezes do seu cachorro tivessem outra utilidade que não a de grudar nas solas dos sapatos dos desavisados. A fim de dar um destino mais generoso para esses resíduos, o artista Matthew Mazzotta inventou um equipamento capaz de transformar o gás metano proveniente do material em energia para o Parque para Cães, em Cambridge, nos EUA.

Chamado de Park Spark, ou Brilho do Parque, o equipamento é composto por dois tanques de aço de 1.900 litros unidos por tubos diagonais e se conecta a uma lâmpada. No local, sacolas biodegradáveis são fornecidas para que as pessoas peguem as fezes, depositem no tanque e girem a manivela para agitar o material, onde ficam água e resíduos. O metano é transportado, então, dos tanques para a lâmpada, onde ocorre a combustão.

Para ser realizado, o projeto contou com uma doação de US$ 4 mil (R$ 6.840) do Conselho das Artes do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), onde o artista conclui seu Mestrado em estudos visuais.
Fonte:http://olhardigital.uol.com.br/negocios/ti_verde/dejetos-de-caes-servem-de-energia-para-alimentar-postes-de-parque-nos-eua/14042

23 de setembro de 2010

Primeira escola americana com 100% de energia limpa será inaugurada este mês



Os Estados Unidos terão a sua primeira escola com 100% de energia limpa. Localizada em Kentucky, a Richardsville Elementary será inaugurada ainda este mês.

A escola de 72 mil m² utiliza paredes e teto de isolamento para reduzir a necessidade de aquecimento ou refrigeração. As janelas são protegidas por prateleiras que refletem a luz do sol, proporcionando ampla iluminação natural.

Além disso, cada corredor possui um tema referente ao meio ambiente, de modo que os estudantes poderão se informar mais sobre a temática e espalhar as informações que aprenderam.

Os ambientes são revestidos com películas finas de painéis solares. Os arquitetos da Sherman Carter Barnhart foram os responsáveis para diminuir por inteiro o consumo de energia da escola.

A produção de energia fica por conta dos painéis solares localizados no telhado. Os materiais de construção foram todos reutilizáveis e os funcionários foram de empresas locais. Ainda há um ginásio com assoalho de bambu e cozinha com tecnologia contra o desperdício.

Foram gastos cerca de 200 dólares por metro quadrado, um valor considerado baixo se comparado à outras construções não sustentáveis.

16 de setembro de 2010

Bicicleta aproveita pedaladas para gerar energia

Captação é feita através de tecnologia presente na roda da bicicleta. Eletricidade é utilizada para ajudar usuário quando estiver subindo ladeiras.
Quando se trata de mudar atitudes diárias para ajudar a apreservar o planeta, muitas são as ideias: trocar o carro por ônibus, caminhar quando a distância é curta, substituir o ônibus por bicicleta. Essa última, porém, pode ser cansativa naquelas subidas que desanimam só de olhar. Mas, que tal uma bicicleta que te ajuda nesses momentos?
Um projeto desenvolvido pelo Massachusetts Institute of Technology é exatamente isso: a bicicleta armazena energia quando está sendo desperdiçada (em descidas, por exemplo) e a utiliza quando estiver subindo.
Isso é possível por conta de um dispositivo presente no aro da bicicleta. Quando a pessoa está subindo uma ladeira, um sensor estimula o motor elétrico e impulsiona através do uso da energia armazenada. O aproveitamento de energia é feito por meio das pedaladas que o usuário dá. Por esse motivo, em uma ladeira, o aproveitamento é maior por conta do menor esforço físico do usuário.
Além de todo o aparato sustentável da bicicleta e do incentivo que ela oferece para você querer usá-la, ela também possui bluetooth e a possibilidade de conectar um smartphone ao guidão para calcular velocidade e distância percorrida.
O preço da novidade irá variar entre US$500 e US$1000. E olha que é um investimento que vale a pena pelo planeta, né?
Fonte:http://olhardigital.uol.com.br/produtos/digital_news/bicicleta-aproveita-pedaladas-para-gerar-energia/13921

13 de setembro de 2010

Taxi movido a hidrogênio



Uma parceria entre as empresas Intelligence Energy, Lotus Engineering, LTI Vehicles e TRW Conekt, com financiamento da área estratégica de tecnologia do governo da Grã- Bretanha apresentaram um novo modelo para os moteres dos tradicionais black cabs.

O novo motor promete funcionar com hidrogênio o que resultaria em uma emissão zero de poluentes na atmosfera.
Aprevisão é que todos os black cabs já tenham o novo motor para as olimpíadas de 2012 e que até 2020 todos os táxis de londres operem com o novo motor.

9 de setembro de 2010

Ensine sua família a calcular o consumo de energia


Todos os especialistas fazem coro ao dizer que a consciência do consumo leva a uma atuação ambientalmente responsável. Isso significa um planeta melhor e, quase sempre, economia no bolso.

Para isso é preciso ter no dia a dia a mesma atitude que se tem ao fazer o controle do orçamento familiar. A conta do consumo de energia elétrica não deve ser tratada diferentemente da que se faz com a do supermercado, da escola ou dos gastos com o carro.

Uma maneira simples e divertida de começar esse controle é entender como o consumo de energia pode ser melhor administrado no seu dia a dia e não apenas quando chega a conta de luz, no mês seguinte.

Para chegar a esse cálculo você precisa de quatro passos:

1. Pegar a potência de um aparelho elétrico (esse número, em watts, vem no próprio aparelho ou em seus manuais).

2. Dividir essa potência (P) por 1.000.

3. Multiplicar pelo tempo em que o aparelho ficou ligado (T).

4. Multiplicar pelo custo do kWh de sua concessionária de energia. A conta de luz traz o valor do kWh (kilowatt/hora).

Resumidamente, você terá P (potência) dividido por 1.000 vezes T (tempo). O resultado deverá ser multiplicado pelo valor do kWh.

Exemplo prático: o chuveiro. Uma média de potência é 5.000 watts. No caso de um banho de 20 minutos, a conta será: P (5.000 dividido por 1.000 = 5) multiplicado por T (tempo, que foi 20 minutos por dia x 30 dias = 600 minutos, ou 10 horas). Então, basta multiplicar 5 por 10 horas = 50. Aí multiplique pelo valor do kWh de sua conta (exemplo, R$ 0,30). Só com o banho o gasto será de R$ 15 por mês.

Pense numa casa de quatro pessoas. A conta pula para R$ 60 reais apenas com o chuveiro (fora os impostos que são cobrados em cima do valor da conta). Assim, se o banho for cortado para 10 minutos por dia, uma casa de quatro pessoas deixará de gastar R$ 360 por ano apenas no banho. Dá para economizar em todo o resto. E o planeta lucrará também.

Andrés Bruzzone Comunicação

7 de setembro de 2010

Energia Alternativa ou Renovável - Solução Sustentável

por Luiz Fernando do Valle

Em função da crise energética e do problema do aquecimento global surgiu a necessidade de buscarmos novas fontes de energia que pudessem minimizar os graves problemas advindos dessa situação.

Uma das formas de se resolver o problema do aquecimento do clima na Terra é rever uma boa parte da matriz energética usada pelo homem até agora. Por essa razão surgiu o desenvolvimento das energias alternativas ou renováveis, que são obtidas de fontes naturais virtualmente inesgotáveis, sendo algumas dessas pela grande quantidade de energia que contêm e outras porque têm a capacidade de regenerar-se por meios naturais.

A capacidade do homem de desenvolver soluções para os seus problemas é muito grande, porém, sua capacidade de criá-los é muito maior, e essa tem sido a principal razão de estarmos nesta situação.

Por não perceber sua gravidade ou por menosprezá-la, descobrimos que estamos na eminência de uma catástrofe climática provocada pelo próprio homem, sem precedentes em nossa história. Podemos estar vivendo o epílogo de uma fase para iniciar outra da qual não temos o menor domínio.

Muito se tem escrito e falado sobre esse problema, mas parece que só acordaremos desse sono profundo quando for muito tarde. Ou não. É possível que alguns milhares de pessoas, ou mesmo comunidades, já tenham despertado desse pesadelo e estejam dando os primeiros passos dessa nova fase de desenvolvimento sustentável de nossa civilização.

A base energética que suportou nosso crescimento nestas últimas décadas apoiou-se fortemente no combustível fóssil, altamente poluente desde a sua extração e com grande impacto ambiental. Antes dele o carvão, igualmente nocivo à saúde humana e à natureza. A vida moderna tem sido movida a custa de recursos esgotáveis que levaram milhões de anos para se formar e um dia irão acabar.

O uso desenfreado desses combustíveis tem mudado substancialmente a composição da atmosfera e o equilíbrio térmico do planeta, provocando o aquecimento global, degelo nos pólos, chuvas ácidas e o envenenamento de todo meio ambiente.

O que parecia ser boa solução como combustível, petróleo e carvão, em função das reservas e dos preços baixos até alguns anos atrás virou uma bomba-relógio e um passivo ambiental sem precedentes para a humanidade. E hoje, constatamos que o preço que teremos de pagar por essa aventura é muito maior do que imaginávamos ou gostaríamos.

Surgiu uma nova esperança no fim do túnel com o desenvolvimento dessas fontes de energia alternativa. É bem provável que em um futuro próximo outras energias ainda surjam mais potentes e econômicas, mas já podemos agora começar a substituição do carvão e do petróleo por energias mais limpas e renováveis.

As energias alternativas têm o potencial de atender a maior parte da demanda crescente por energia, independentemente da origem dessa demanda, seja para a eletricidade, para o aquecimento ou mesmo para o transporte.

Há três aspectos importantes que devem ser salientados sobre esse tipo de energia: a sua viabilidade econômica, a sustentabilidade dessas fontes e a disponibilidade de recursos renováveis para a sua geração, o que varia nas diferentes regiões do globo.

A energia renovável provém de ciclos naturais de conversão da radiação solar, que é a fonte primária de quase toda energia disponível na Terra. Por isso é praticamente inesgotável e não altera o balanço térmico do planeta.

As energias alternativas podem ser geradas por fontes diferentes: hidráulica, energia potencial da água realizada em centrais hidroelétricas; eólica, energia cinética ou de movimento que utiliza o vento, captado por aerogeradores ou moinhos de ventos; oceânica, energia cinética de movimento ondular que através de uma turbina é transformada por um gerador em energia elétrica; solar, energia captada em painéis térmicos e armazenada em baterias próprias para uso doméstico; geotérmica, energia que provém do calor do interior da Terra e utiliza os gêiseres que são fontes termais; nuclear, consiste no uso controlado das reações nucleares para a geração de eletricidade; e a biomassa, através da fotossíntese, as plantas capturam energia do sol e transformam em energia química. Essa energia pode ser convertida em eletricidade, combustível ou calor, a exemplo da cana-de-açúcar.

Quaisquer que sejam as fontes de energia que venham a predominar em um futuro próximo terão que ter características que permitam baixíssima emissão de gases poluentes e grande capacidade de renovação.

O meio ambiente tem sofrido um nível de devastação e poluição no ar, solo e na água que torna o cenário atual extremamente perigoso e quase irrecuperável. O momento exige, por parte dos governos e da sociedade, uma revisão de hábitos, costumes e de interesses, de tal forma que surja uma nova mentalidade e um comprometimento com o nosso futuro. O tempo restante antes do colapso é curto. Temos que apressar as soluções necessárias e mudar nossa percepção de progresso enquanto há tempo.

4 de setembro de 2010

YeZ: carro chinês absorve CO2 do ar





Uma montadora chinesa levou ao pé da letra o conceito de carro ecológico e criou este carro-folha. O veículo foi projetado para funcionar como uma planta, ou seja, ele absorve CO2 e libera oxigênio na atmosfera. A ideia é criar um veículo para 2030 que realize o mesmo trabalho que as plantas fazem durante a fotossíntese.

O veículo YeZ (palavra que em mandarim significa folha) seria movido a energias limpas: o teto absorveria energia solar e as rodas teriam pás para gerar energia eólica. Mas a grande sacada é que o veículo de dois lugares conseguiria remover dióxido de carbono do ar, grande vilão do aquecimento global, com uma liga mista (orgânica e metálica) capaz de absorver CO2 e água, transformando-os em eletricidade armazenada em uma bateria de lítio. Estamos esperando essa folha brotar.

Fonte

1 de setembro de 2010

Energia da cana vale 3 belo monte


Usinas preveem que em 2020 vão gerar 13 mil megawatts com a queima de bagaço, superando a produção esperada para a hidrelétrica no Rio Xingu.
Dia e noite, sem parar, os caminhões chegam à Usina Vertente, em Guaraci (SP), carregados de cana-de-açúcar. Não demora muito, um guindaste é usado para erguer a caçamba e despejar os toletes de cana sobre uma enorme esteira rolante, a "mesa alimentadora". Num dia bom, cada tonelada de biomassa engolida ali renderá, no fim da linha, 175 quilos de açúcar, 80 litros de etanol, 800 litros de vinhaça e uns 250 quilos de bagaço úmido. Não há resíduos. Nada é desperdiçado.
"Não sobra nada da cana", diz o gerente industrial da usina, Luis Muradi. O açúcar vai para os supermercados, o etanol, para os postos de combustível. A vinhaça é enviada de volta ao campo, como fertilizante. Parte do bagaço é queimada ali mesmo, numa caldeira, para produzir a energia elétrica que faz a usina funcionar. Outra parte desemboca numa montanha de bagaço ao ar livre, com quase 30 metros de altura.
O ideal seria que essa montanha não existisse. Mas ela está longe de ser um resíduo. Pelo contrário: a "bioeletricidade" gerada pela queima do bagaço de cana pode ser um produto tão importante para a sustentabilidade energética do País quanto hoje é o etanol. "O futuro das usinas está na bioeletricidade e no álcool. Acho que o açúcar vai ficar em terceiro lugar", prevê o diretor da usina, Hugo Cagno Filho.
"A rentabilidade da cogeração é muito maior."
Inaugurada em 2003, a Vertente processa 7.500 toneladas de cana por dia. Com a caldeira e o gerador atual, produz 8 megawatts de bioeletricidade. Consome internamente 6,5 megawatts e exporta o restante para a rede de distribuição. Até 2013, com a construção de uma nova caldeira e a instalação de mais dois geradores, o plano é ampliar a produção para 40 megawatts, dos quais 30 serão vendidos (o suficiente para abastecer 60 mil pessoas). É eletricidade limpa, já que as plantas que estão crescendo no campo reabsorvem, via fotossíntese, o carbono emitido pela queima do bagaço na caldeira. Isso ocorre sucessivamente, safra após safra. Todas as 434 usinas de açúcar e álcool do País são autossuficientes em energia, graças ao bagaço de cana, e 100 delas já vendem excedentes para o sistema integrado nacional. Essa bioeletricidade contribuiu, em 2009, com 670 megawatts médios para a rede, ou quase 2% da energia consumida no País, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). E há muitas montanhas de bagaço para queimar.
"Temos uma reserva gigantesca de energia adormecida nos canaviais", diz o presidente da Unica, Marcos Jank. Somando o bagaço que sobra nas usinas à palha que sobra no campo após a colheita mecanizada (que hoje não é aproveitada), o setor prevê ter biomassa suficiente para produzir 13 mil megawatts em 2020. Isso equivale a três vezes o que deverá produzir a Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu. E é suficiente para suprir 14% do consumo nacional estimado para 2019, quando está previsto o início da operação de Belo Monte.
"O Brasil vai precisar de sete usinas de Belo Monte para atender sua demanda de energia até 2020. Três delas podem vir dos canaviais", diz o economista Zilmar José de Souza, assessor de bioeletricidade da Unica.
O incentivo à bioeletricidade seria uma forma de ampliar ainda mais o papel da cana-de-açúcar como fonte de energia limpa - além da produção de etanol, que já movimenta 55% da frota de veículos leves do País. O desafio de acordar esse "gigante adormecido" dos canaviais, porém, não cabe apenas à indústria, afirma Jank. "Este é um setor que depende demais de políticas públicas."
Os produtos da cana-de-açúcar já contribuem com 18% da energia ofertada no País, mas quase tudo isso se refere ao uso do etanol como combustível de veículos. A participação da bioeletricidade é bem menor. Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) do Ministério de Minas e Energia, quase 90% da eletricidade produzida no País em 2009 veio de fontes renováveis - principalmente a hidráulica, com 83,7%. A biomassa (incluindo bagaço de cana , lenha e outros materiais vegetais), contribuiu com 5,9% e a eólica, com um modesto 0,3%.
Além da biomassa, estudos mostram que há um enorme potencial ainda não aproveitado em energia eólica e solar no País, que poderia substituir os 10% de eletricidade que ainda são gerados em usinas nucleares e térmicas, movidas a combustíveis fósseis. Transformar esse potencial em capacidade instalada, porém, exige superar uma série de gargalos econômicos, tecnológicos, logísticos e regulatórios. A previsão é de que a participação proporcional de fontes renováveis na matriz energética não mudará radicalmente nas próximas décadas.
"O carro-chefe continuará a ser a energia hidrelétrica. As outras renováveis vão crescer pouco a pouco", prevê o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica, Nelson Hubner. A energia eólica, segundo ele, continuará a crescer, mas nunca deixará de ser uma fonte "complementar". A solar, por sua vez, só deverá se tornar economicamente competitiva daqui a 10 ou 20 anos.
Fonte:http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,energia-da-cana-vale-3-belo-monte,603472,0.htm