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29 de novembro de 2010

O exemplo brasileiro



Etanol de celulose pode ser a base para produção sustentável de combustível, mostra carta publicada por Carlos Henrique de Brito Cruz e Lee Lynd na Science

É preciso ser otimista para encontrar o caminho que leva à produção sustentável de combustível. De acordo com esse ponto de vista, a pergunta importante é: "Que papel os biocombustíveis avançados do futuro poderiam desempenhar num mundo reconfigurado para fazer frente a desafios relativos à energia?". É o que defendem Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Lee Lynd, do Darthmouth College, nos Estados Unidos, em carta publicada na revista Science desta semana.

Para eles, mesmo com o avanço de outras fontes renováveis de energia, os combustíveis líquidos continuarão a ser imprescindíveis por muito tempo - talvez para sempre -, pelo menos para setores dos transportes como aviação e caminhões que viajam longas distâncias. O etanol de segunda geração, produzido a partir de celulose retirada de bagaço de cana, por exemplo, é o melhor candidato para suprir essa demanda crescente de combustível, como mostram a pesquisa e a experiência brasileiras. Brito Cruz e Lynd argumentam que fazer biocombustível a partir de celulose, e não de acúcares de fermentação mais fácil, é a melhor opção para ao memso tempo criar uma fonte sustentável de energia, reduzir as emissões de gases estufa, assegurar a segurança energética e promover o desenvolvimento econômico rural.

Visões mais pessimistas têm origem sobretudo no cenário menos favorável dos Estados Unidos, em termos econômicos e de produção agrícola. O Brasil tem deixado claro que é possível, com pesquisa e desenvolvimento tecnológico e agrícola, produzir etanol suficiente a partir de cana-de-açúcar para reduzir o uso de gasolina sem prejudicar a produção de alimentos. Experiências positivas como essa, os pesquisadores concluem, precisam ser levadas em conta pela comunidade internacional na busca por soluções energéticas.

Fonte: Pequisa FAPESP Online

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