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11 de abril de 2010

Como economizar energia e reduzir demanda por combustíveis fósseis

Mudanças na arquitetura, nos hábitos do cotidiano e na escolha do meio de transporte podem ajudar a economizar energia e compensar a demanda crescente por combustíveis fósseis.

Mais enxuta e mais limpa
Gastar bilhões de dólares em pesquisas sobre novas tecnologias energéticas não é a única maneira de satisfazer a demanda futura. Através do uso consciencioso e da reavaliação de toda a cadeia do fornecimento de energia - dos poços de petróleo e minas de carvão aos soquetes elétricos das casas e ao tanque de combustível dos carros - é possível fazer uma economia de até 90% na quantidade de energia que usamos. A conservação oferece meios tangíveis e imediatos de reduzir os efeitos do uso de combustíveis fósseis, mas requer algumas adaptações em nosso estilo de vida.

Aumentar a eficiência da energia não significa necessariamente brecar o crescimento econômico. Nos Estados Unidos, por exemplo, a riqueza individual aumentou 40% desde 1980, enquanto o consumo de energia per capita caiu 3%. Em todo o mundo, inovações na arquitetura e no transporte, bem como no projeto das usinas e dos equipamentos elétricos, estão ajudando a economizar energia e compensar a demanda crescente por combustíveis fósseis.

No front doméstico
Cerca de 32% da energia produzida no mundo desenvolvido é usada no transporte, 25% movimenta a indústria e mais de 40% vai para nossas casas e escritórios. Boa parte da energia doméstica é usada para aquecimento de ambientes e da água, e não é de surpreender que algumas grandes conquistas na conservação de energia tenham ocorrido nessa área. Pesquisas realizadas na Suécia e no Canadá resultaram em casas com um "superisolamento térmico", que utilizam métodos de construção engenhosos para minimizar a perda de energia. As paredes são feitas de concreto leve, com uma camada interior de 20 centímetros de lã mineral isolante, as janelas têm três vidros e um sistema de ventilação controlada usa o ar de saída para preaquecer o ar fresco que entra, retendo 70% do calor proveniente do ar "velho". A necessidade de aquecimento de alguns dos edifícios com esse superisolamento térmico é tão baixa que o calor liberado pela iluminação, pelo ato de cozinhar e pelos corpos dos ocupantes é suficiente para mantê-los em temperatura confortável durante o ano inteiro.

Outros edifícios - os chamados "projetos de aquecimento solar passivo" - são especialmente construídos para reter a energia da luz do Sol, diminuindo as contas a pagar. Normalmente, têm grandes áreas envidraçadas voltadas para o Sol, paredes grossas e piso que retêm o calor durante o dia, liberando-o à noite. Eles podem ser parcialmente enterrados no solo: apenas 3 metros abaixo da superfície, a variação sazonal da temperatura é de poucos graus, enquanto do lado de fora pode ir de 30°C a -15°C. O uso da própria Terra como câmara de aquecimento pode contribuir bastante para a conservação da energia, e dezenas de milhares de edifícios "protegidos pela Terra" foram construídos nos Estados Unidos desde a década de 1970. Em países industrializados como o Reino Unido, os carros particulares respondem pelo espantoso índice de 80% de toda a energia usada para o transporte e por cerca de 25% da produção de dióxido de carbono. Muitas pesquisas têm sido realizadas para melhorar a eficiência dos veículos produzidos em larga escala atualmente, e coeficientes de resistência mais baixos, materiais mais leves, além de motores controlados por computador, vêm contribuindo para melhorar a economia de combustível.

O desenvolvimento de automóveis elétricos com "emissão zero" está parado devido ao problema do armazenamento de energia. As baterias convencionais de chumbo e ácido pesam mais de 230 quilos, levam cerca de 8 horas para carregar e permitem autonomia de apenas 320 quilômetros; já as mais avançadas, de lítio ou sódio-enxofre, são muito caras e têm vida curta. Os carros que rodam com uma combinação de petróleo e bateria, no entanto, têm futuro mais promissor. Nesses "híbridos", um motor leve a gasolina é complementado por outro elétrico, movido por uma pequena bateria. Quando o carro pára, o motor funciona em sentido inverso - como um gerador - carregando a bateria, que não precisa de carga externa. Esse exemplo de engenharia inteligente já está sendo usado em carros de família, permitindo significativa redução tanto no uso de combustíveis quanto na poluição atmosférica.

Fonte: http://www.folha.uol.com.br/

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