Espaço para difusão de informações sobre energia renovável em pequena escala e eficiência energética para uso doméstico.



7 de abril de 2010

Novos Dados Sobre Avaliações Socioeconômicas Do Uso De Energia Doméstica


Volto novamente apresentar mais algumas informações disponibilizadas pelo livro O ambiente: uma urgência interdisciplinar que avalia a percepção de uma crise energética pelos consumidores.

O livro apresenta a percepção e a convicção de se viver uma crise energética ou sua iminência (diminuição da disponibilidade de recursos) estão freqüentemente na origem de uma redução no nível de consumo. Os consumidores traduzem uma crise energética como apenas dificuldades ou carências no fornecimento (queda de corrente, restrições, dia sem veículo, etc.) e mesmo um certo aumento no custo de energia não é necessariamente percebido como um indicador de crise.

A insegurança do consumidor pela diversidade de informações sobre os problemas energéticos e pela politização dos problemas, leva-o a classificar e escolher aquelas que lhe convêm, as quais se harmonizam com suas práticas e valores do momento e que correspondem à sua ética. Assim, a informação não atua como um elemento suscetível de modificar seus comportamentos, mas, antes, funciona como um reforço daqueles já existentes. O autor critica a maneira pela qual as informações sobre problemas ligados à energia são divulgados, visto que são apresentados sob aspectos político-econômicos e a neutralidade nesse assunto é inexistente, causando no consumidor insegurança quanto à disponibilidade sobre informações deste tema e impedindo o próprio consumidor de assumir sua responsabilidade individual, em razão de sua conotação manipuladora. Essas carências citadas desorientam o usuário e o impedem de se autodeterminar em matéria de energia, tanto individualmente quanto em sociedade.

Outros dados interessantes que o livro aborda é sobre a grande diversidade de práticas de consumo de energia pelos consumidores. As práticas de uso variam de acordo com múltiplos critérios (idade, sexo, número e idade de filhos, mobilidade na escala social, tipo de apartamento, localização, equipamentos eletrodomésticos utilizados, infra-estrutura do imóvel, formação, renda, tomadores de decisão, lazer, moral, etc.), no entanto é revelado que a maneira de consumir energia é de acordo com o modo de vida do consumidor. Quase todas as atividades cotidianas necessitam recorrer à energia, seja de maneira direta (demanda de eletricidade, de combustível), seja de maneira indireta (por meio dos diferentes tipos de equipamentos domésticos, do mobiliário, ou os do imóvel, e sua freqüência de substituição). Há também os consumidores que não se interessam ao tema de consumo indireto externo dos serviços de energia, sendo visto como falta de consciência e da recusa dos indivíduos em assumir suas responsabilidades.

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