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24 de maio de 2010

Usinas Solares no Deserto de Mojave



Verdes, pero no mucho

Os ambientalistas - quem diria - estão se mobilizando contra projetos de energia limpa

Cerca de 4 000 quilômetros quadrados, área quase três vezes maior que a da cidade de São Paulo. É nesse mundo de terra, no deserto de Mojave, no estado americano da Califórnia, que vários investidores tinham planos de instalar uma série de usinas solares. O desejo do setor privado de avançar sobre esse lugar inóspito é compreensível. Uma lei estadual de 2006 estabelece que, até 2020, um quinto da eletricidade consumida na Califórnia deverá vir de fontes renováveis. O deserto de Mojave não poderia ser mais propício para dar conta dessa ambição: trata-se de uma das regiões dos Estados Unidos onde o sol é mais inclemente.

O plano seria perfeito se não fosse por uma questão: nem todos os "verdes" são a favor da ideia. Muito pelo contrário. Para o americano David Myers, principal ativista da Wildlands Conservancy, entidade que atua na região, a paisagem do Mojave é idílica, quase sagrada, e deve permanecer intocada. Além disso, o local abriga dezenas de espécies de plantas e animais que devem ser preservadas. "Grandes ONGs recebem muito dinheiro de grandes corporações. Não é nosso caso. Assim, podemos pensar mais objetivamente sobre as consequências negativas desses projetos nessa região", disse Myers a EXAME.

Para desespero dos investidores, como o banco Goldman Sachs, e das empresas do setor de energia, como a Pacific Gas and Electric, os ambientalistas contrários à energia limpa estão levando a melhor nessa inusitada queda de braço. Essa facção radical de ambientalistas conta com o apoio da senadora democrata Dianne Feinstein, uma das políticas mais poderosas dos Estados Unidos. Do outro lado está o governador californiano, Arnold Schwarzenegger, que declarou: "Se não pudermos colocar usinas solares no deserto de Mojave, não sei onde diabos iremos colocá-las". A verdade, porém, é que talvez o governador tenha mesmo de começar a procurar outro destino para os empreendimentos. Desde que Dianne começou a alardear seu desejo de manter o deserto intacto, alguns investidores simplesmente decidiram cancelar os projetos das usinas solares no deserto.

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